FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO: O CAMELO, O LEÃO E A CRIANÇA

Rodrigo Mafalda

Resumo


Para além do tema da formação, penso a transformação e a pluralidade, e o aperfeiçoamento do espírito humano. No interior da Filosofia da Educação, no discurso da educação, na teoria da educação e na pedagogia, tendo como orientação a filosofia nietzschiana. A importância de Nietzsche para o pensamento moderno não pode, decerto, ser reduzida a uma única ideia ou ponto interpretativo. Neste sentido, não devemos subestimar e evitar algumas das nuances do seu pensamento, considerando como representativo cada um dos três principais períodos da sua filosofia, contra e a favor da tradição. Em primeiro lugar, a juventude do filósofo e as conferências: Sobre o futuro de nossos estabelecimentos de ensino, isto é, observando o estatuto próprio do “discurso”, e Da retórica como subsídios para imaginar inúmeros exercícios de construção de um discurso nietzschiano para a educação atual; também a partir do mestre Zaratustra: na metáfora do camelo, do leão e da criança. Depois do discurso, na metáfora do leão, a teoria de Nietzsche sobre educação: as inúmeras aparições e derivações da fórmula de “como tornar-se o que se é”. Isso serve como base crítica para as reflexões sobre a formação do formador e vai para além dos discursos de juventude. E a partir da figura da criança, enfim, penso o estatuto da própria pedagogia como um conceito plural e indeterminado, que expressaria na função e no uso estratégico das metáforas o ensaio de uma grande pedagogia, tendo em vista a metamorfose da criança como o estágio de criação alegórica.

Palavras-chave


Discurso. Teoria da educação. Pedagogia.

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Referências


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