A MEMÓRIA NO NOVO JORNALISMO NA OBRA A SANGUE FRIO, DE TRUMAN CAPOTE

Clarissa Patrício Carvalho

Resumo


O jornalismo requer rigor na apuração, ética e honestidade na reconstituição de fatos. Mas, no Novo Jornalismo, essas exigências se fazem ainda mais importantes. O objetivo desse artigo é entender por que a obra A Sangue Frio, de Truman Capote, se tornou um verdadeiro marco do gênero, ainda que os métodos de apuração do autor sejam questionáveis, bem como sua concepção como registro de memória. Por fim, em tempos atuais, onde qualquer informação é rapidamente delegada ao esquecimento, é importante que o jornalista literário atue como restaurador e conservador da memória. Se dedicar a recuperar essas lembranças pode ser uma interferência significativa na realidade.

Palavras-chave


Novo Jornalismo; Memória; Truman Capote.

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Referências


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